terça-feira, 28 de abril de 2015

Curiosidades do subsolo

Térmites, formigas, vermes, ácaros, fungos, bactérias, protozoários... É difícil imaginar a trama de relações biológicas que lateja sob o chão que pisamos. Vale a pena descobrir este submundo fascinante e ainda pouco conhecido. Poderíamos descrevê-los como um grande manto fluido em que as rochas nuas fariam o papel de ilhas; ou, então, como um imenso oceano negro, simultaneamente denso e maleável, que sustenta a maior biodiversidade do planeta. O facto é que, tal como os mares, os solos terrestres possuem uma enorme capacidade para atenuar as variações de temperatura. Neste caso, o bem-estar propício ao desenvolvimento da orbe viva é conseguido através da retenção da água e do ar, dois excelentes amortecedores térmicos. E, para prosseguirmos com a analogia marinha, também encontramos camadas sobrepostas de diferentes composições (os horizontes), habitadas por plâncton, seres pelágicos e criaturas abissais. Não confundamos os solos com simples acumulações de terra; são meios extraordinariamente estruturados, com uma espessura mínima, determinado teor de matéria orgânica, partículas estabilizadas por diversos tipos de ligações e, sobretudo, uma rede de inter­acções ecológicas de enorme complexidade. De facto, a vida pulsa sob os nossos pés em magnitudes quase inconcebíveis. Estimativas feitas há 20 anos apontavam para a existência de quatro a cinco mil espécies de procariotas (bactérias e arqueobactérias) por grama; isto é, tantas como as contabilizadas no mais completo tratado de taxonomia bacteriana. Cálculos mais recentes elevam aquele número para as dezenas de milhares.

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